Início Carros Clássicos Apollo: O Sedã VW com Nome Mitológico e Coração da Ford

Apollo: O Sedã VW com Nome Mitológico e Coração da Ford

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Se você é um apaixonado por carros e pela história da indústria automobilística brasileira, certamente já ouviu falar do VW Apollo. Este modelo, produzido entre 1990 e 1992, é um exemplo único da colaboração entre as gigantes Volkswagen e Ford durante a era da Autolatina. Hoje, vamos explorar todos os detalhes desse sedã médio que marcou uma época, trazendo um design moderno, uma mecânica robusta e um apelo esportivo que o tornaram um modelo desejado na virada dos anos 1990.

O início de um projeto ousado: Apollo e a Autolatina

O Apollo nasceu em um momento peculiar da indústria automobilística brasileira. No final dos anos 1980, Volkswagen e Ford decidiram unir forças para enfrentar os desafios do mercado, criando a joint venture Autolatina. Esse acordo permitiu que ambas as marcas compartilhassem plataformas, motores e tecnologias, resultando em modelos que combinavam características de ambas as empresas. Foi nesse contexto que surgiu o Apollo, desenvolvido com a plataforma do Ford Verona, mas com toques característicos da engenharia e do design da Volkswagen.

O nome Apollo foi cuidadosamente escolhido, inspirado no deus grego da luz, das artes e da música, além de fazer referência ao programa espacial norte-americano que culminou na chegada do homem à lua. Antes de ser batizado como Apollo, o projeto interno era chamado de Nevada, demonstrando desde o início a intenção de criar um veículo ambicioso e inovador.

Design: linhas limpas e modernas

Uma das características que mais chamavam atenção no Apollo era seu design. Posicionado entre o Volkswagen Voyage e o Volkswagen Santana, o Apollo era um sedã três-volumes de duas portas com linhas modernas e limpas, que eliminavam elementos tradicionais como a calha de teto e o quebra-vento. Essa abordagem conferia ao modelo um visual mais aerodinâmico e elegante, algo raro em sua categoria na época.

Os vidros rentes à carroceria eram outro diferencial que reforçava seu apelo contemporâneo. Além disso, o Apollo oferecia um generoso porta-malas com capacidade para 570 litros, ideal para famílias ou para quem precisava de espaço extra para bagagens. Mesmo hoje, essa característica ainda impressiona quando comparada a muitos sedãs médios modernos.

Mecânica: alma esportiva e confiável

Sob o capô, o Apollo trazia o famoso motor AP 1800, um dos mais reconhecidos pela sua confiabilidade e desempenho. Com 105 cv quando abastecido com etanol e 92 cv com gasolina, o Apollo oferecia um desempenho ágil, especialmente considerando seu posicionamento como um sedã médio. A motorização em posição transversal e o sistema de suspensões independentes em ambos os eixos (tipo McPherson) garantiam dirigibilidade precisa e conforto ao rodar.

Com esse conjunto mecânico, o Apollo atendia tanto ao público que buscava economia quanto àqueles que desejavam um toque de esportividade em um sedã. Essa versatilidade foi uma das razões para o sucesso inicial do modelo no mercado brasileiro.

Versões e equipamentos: GL, GLS e a série especial VIP

O Apollo foi lançado em duas versões principais: GL e GLS. Ambas traziam um bom nível de acabamento e equipamentos para a época, incluindo itens como vidros verdes, espelhos retrovisores ajustáveis e banco traseiro rebatível. Na versão GLS, o modelo se destacava ainda mais com elementos adicionais, como direção hidráulica e ar-condicionado, que eram considerados luxos no início dos anos 1990.

Em 1991, a Volkswagen introduziu a série especial VIP, que trazia detalhes exclusivos de acabamento e uma proposta ainda mais sofisticada. Essa edição limitada reforçou o caráter diferenciado do Apollo, tornando-o um item de desejo para quem buscava um modelo fora do comum.

Produção e legado: um modelo único

O VW Apollo teve uma trajetória curta, sendo produzido até 1992 na fábrica da Volkswagen em Anchieta, São Bernardo do Campo. Durante seus dois anos de vida, foram fabricadas mais de 50 mil unidades, o que mostra que o modelo teve boa aceitação no mercado, apesar de sua coexistência com outros sedãs da época.

Curiosamente, um exemplar de 1992, retirado diretamente da linha de produção, foi preservado como zero quilômetro e atualmente faz parte do Acervo da Volkswagen do Brasil. Esse cuidado demonstra a importância histórica do Apollo dentro da trajetória da marca no país.

Por que o Apollo foi descontinuado?

Apesar de seus méritos, o Apollo enfrentou desafios significativos. Sua principal dificuldade estava no fato de ser posicionado em um segmento extremamente competitivo e de conviver com outros modelos da própria Volkswagen, como o Voyage e o Santana. Além disso, o fim da Autolatina, em 1996, selou o destino de muitos veículos desenvolvidos em conjunto pelas duas marcas.

Mesmo assim, o Apollo deixou uma marca importante ao mostrar como a colaboração entre duas gigantes do setor poderia resultar em um modelo que combinava o melhor de dois mundos: o design da Volkswagen e a robustez mecânica da Ford.

Valor histórico e mercado atual

Hoje, o VW Apollo é considerado uma raridade no mercado de carros clássicos no Brasil. Embora não tenha alcançado o status icônico de outros modelos da época, ele possui um apelo especial entre os entusiastas da marca e colecionadores de veículos da era Autolatina.

Os preços variam conforme o estado de conservação e a originalidade. Um exemplar bem preservado pode ser encontrado por valores entre R$ 20 mil e R$ 40 mil, enquanto edições raras, como a série VIP, podem ultrapassar essa faixa dependendo da demanda.

Conclusão: um ícone de sua época

O VW Apollo foi mais do que apenas um sedã médio. Ele representou uma era de experimentação e colaboração na indústria automobilística brasileira, trazendo características únicas e um design que se destacava em sua época. Com seu nome inspirado na mitologia grega e na conquista espacial, ele carrega até hoje uma aura de inovação e ousadia.

Se você é um admirador de carros históricos, o Apollo merece um lugar na sua lista de modelos icônicos. Ele é um exemplo de como as parcerias podem criar veículos únicos, que deixam um legado para a indústria e para os apaixonados por automóveis. Afinal, não é todo dia que se encontra um carro com alma Ford e coração Volkswagen, pronto para conquistar as estradas e a memória de quem o dirige.

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