A história dos carros esportivos é repleta de grandes nomes de fabricantes norte-americanos, europeus e asiáticos. No entanto, o Brasil também tem sua contribuição com um veículo que se tornou icônico e conquistou admiradores em todo o mundo: o Puma, um esportivo genuinamente brasileiro.
Com mais de cinco décadas de história, o Puma não é apenas um carro, mas um símbolo de inovação e paixão automotiva no Brasil. Se você é fã de carros ou apenas curioso sobre a história da indústria automotiva nacional, prepare-se para conhecer a jornada desse modelo que até hoje é celebrado por entusiastas.
Origem humilde e ambiciosa
A história do Puma começa em 25 de agosto de 1963, em um pequeno barracão na cidade de Matão, interior de São Paulo. Inicialmente, a empresa tinha o nome de Sociedade de Automóveis Lumimari Ltda, uma junção das iniciais de seus fundadores: Luiz Roberto Alves da Costa, Milton Masteguin, Mário César “Marinho” de Camargo Filho e Rino Malzoni.
Foi nas mãos do italiano Genaro “Rino” Malzoni que o primeiro protótipo ganhou vida. Contando com a parceria da Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas S.A.), o modelo foi desenvolvido para competir diretamente com o Willys Interlagos, versão brasileira do Renault Alpine A108.
Em 1963, o primeiro projeto, chamado GT Malzoni, fez sua estreia no Grande Prêmio das Américas, em Interlagos. Com motor DKW-Vemag de 3 cilindros e 106 cv de potência, ele rapidamente se destacou, vencendo cinco corridas consecutivas e colocando a Lumimari no mapa da indústria automotiva brasileira.
A transformação em Puma
Dois anos após sua criação, em 1966, a empresa mudou de nome para Puma, inspirado no felino ágil e imponente, uma sugestão de Jorge Lettry, novo sócio e ex-chefe da Vemag. Esse rebranding marcou o início de uma nova era para a marca.
No entanto, em 1967, a Vemag encerrou suas atividades, deixando a Puma sem fornecedor para motores e chassis. Foi então que a empresa começou a utilizar a mecânica da Volkswagen, inaugurando a produção do Puma GT VW, que se tornaria o modelo mais emblemático da história da marca.
Anos de ouro: o sucesso internacional
Durante as décadas de 1970 e 1980, a Puma viveu seu auge. O Puma GT Volkswagen, inspirado no design do Lamborghini Miura, era um dos carros esportivos mais cobiçados no Brasil e em outros mercados. Com motor traseiro de 1500 cm³ e chassi baseado no Karmann-Ghia, o modelo apresentava um desempenho notável e um design aerodinâmico sem precedentes na indústria nacional.
Em 1978, a marca surpreendeu mais uma vez ao lançar o Puma 4T, seu próprio caminhão. Este modelo, produzido com cabines de fibra de vidro, era uma demonstração clara da versatilidade da empresa.
O mercado internacional também abriu suas portas para o esportivo brasileiro. Puma exportava para países como Estados Unidos, Japão e diversos países da Europa, ganhando reconhecimento global. Em seu auge, a marca chegou a vender mais de 500 unidades por mês, um feito impressionante para uma empresa nacional.
A crise e o fim das atividades
Apesar do sucesso, problemas financeiros e de gestão começaram a afetar a Puma nos anos 1980. Em 1985, a empresa foi vendida para a Araucária S.A., que tentou manter a produção. Dois anos depois, os direitos passaram para a Alfa Metais, que lançou os modelos AM1 e AM2, mas não conseguiu revitalizar completamente a marca.
O último modelo, o AM-4, foi produzido em 1994, encerrando oficialmente as atividades da Puma.
O renascimento em 2019
Para a alegria dos fãs, a Puma renasceu em 2019, com o lançamento do Puma GT Lumimari, uma homenagem ao modelo original. O esportivo veio equipado com motor flex de 180 cv, câmbio manual de 5 marchas e carroceria reforçada em fibra de vidro com aplicações em fibra de carbono.
O preço de lançamento foi de aproximadamente R$ 150 mil, trazendo modernidade sem perder as características clássicas que tornaram a marca um ícone.
Curiosidades que fazem do Puma um ícone
- Inspiração internacional: O design do Puma GT VW foi fortemente inspirado no Lamborghini Miura, com linhas elegantes e aerodinâmicas.
- Aventureiro até nos caminhões: Poucos sabem que a Puma produziu um caminhão, o Puma 4T, que incluía até uma versão com câmbio automático, algo raro para a época.
- Sucesso além do Brasil: O Puma conquistou fãs em mercados exigentes, como os EUA e o Japão, graças à sua performance e estilo único.
- Legado ininterrupto: O primeiro modelo da nova era pertence ao mesmo dono do último modelo da era antiga, mostrando a continuidade e o impacto da marca.
- Paixão nacional: O Puma não é apenas um carro; é um símbolo de criatividade e resiliência brasileira, admirado por colecionadores e entusiastas em todo o mundo.
Conclusão
Seja nos circuitos ou nas ruas, o Puma marcou gerações e provou que a indústria automotiva brasileira pode competir com os maiores nomes globais. Hoje, em 2024, o legado da marca continua vivo, encantando os apaixonados por carros esportivos.
Se você é um amante da velocidade e valoriza a história por trás dos veículos, o Puma é mais do que um carro: é uma obra de arte sobre rodas que celebra o melhor do espírito automotivo brasileiro.