Você provavelmente já sonhou em pilotar uma ハーレーダビッドソン, não é? O ronco grave do motor, o visual robusto, o sentimento de liberdade nas estradas… Mas e se eu te dissesse que o Brasil já teve a sua própria “Harley” nacional, feita com um motor de フォルクスワーゲン ビートル e peças de 国産車? Sim, é isso mesmo. E essa história começa numa época em que a criatividade precisava superar os limites impostos pelo próprio governo.
Durante o período da ditadura militar no Brasil, o país vivia um regime de mercado fechado, em que importações eram altamente restringidas. Você não podia simplesmente ir a uma loja e comprar um carro ou moto importada. Era necessário dar um jeito. E foi exatamente o que muitos entusiastas fizeram. Se não podiam trazer de fora, então fabricavam aqui dentro.
A Gênese dos Veículos Fora de Série no Brasil
Na década de 70 e início dos anos 80, surgiu uma verdadeira febre de veículos fora de série. Marcas como クーガー, ビアンコ, サンタ・マチルデ e até mesmo as transformações da ソウザ・ラモス mostravam que havia uma demanda reprimida por carros diferenciados. E você, caso vivesse naquela época, com certeza teria se deparado com essas máquinas pelas ruas — muitas vezes, com design exótico, feitas de グラスファイバー e componentes reaproveitados de veículos de grandes montadoras.
E se isso era verdade no universo dos 自動車, também se aplicava ao mundo das オートバイ. Foi assim que nasceu um dos projetos mais ousados e excêntricos da indústria nacional: a motocicleta Amazonas, um verdadeiro monstro sobre duas rodas, feita com base em peças do que havia disponível por aqui — inclusive o motor do 甲虫.
Amazonas: A Harley Brasileira com Alma de Fusca

Imagine que você é um jovem mecânico brasileiro no final dos anos 70. Apaixonado por motos grandes, mas sem a menor chance de importar uma Harley-Davidson ou qualquer outro modelo de prestígio internacional. O que fazer? Para Luiz Antonio Gomide それは José Carlos Biston, a resposta foi simples: criar a sua própria moto custom.
Eles deram início a um projeto que inicialmente foi batizado de Motovolks, uma mistura de “motocicleta” com “Volkswagen”, já que o motor escolhido era justamente o famoso 1.500 cm³ do Fusca. Com o passar do tempo, o conceito evoluiu e atraiu os olhos de Daniel Ferreira Rodrigues, um empresário visionário que viu ali uma oportunidade de negócio.
Assim nasceu oficialmente a AME – Amazonas Motos Especiais, e a produção da moto chamada simplesmente de アマゾン começou em 1978.
Um Frankenstein de Peças Nacionais

Você pode achar estranho, mas a Amazonas era uma verdadeira colcha de retalhos, composta por peças de vários veículos brasileiros。あなたの シャーシ era baseado no da ハーレーダビッドソン, que por sinal era montada na Zona Franca de Manaus com peças importadas.
Mas o que realmente chamava atenção — e chocava — era o uso do motor 1600 cm³ do Volkswagen Fusca. Isso mesmo, aquele motor boxer refrigerado a ar, conhecido por sua robustez e barulho característico, foi adaptado para movimentar uma motocicleta. E não pense que foi algo simples. O motor, originalmente projetado para carros, precisava de diversas 修正 para funcionar numa moto.
○ 為替レート, por exemplo, teve de ser adaptado com soldas para que pudesse funcionar com transmissão por corrente até a roda traseira. A クラッチ foi totalmente redesenhada pelos próprios criadores, já que não existia no mercado algo pronto para esse tipo de combinação.
E os detalhes curiosos não param por aí. A Amazonas contava com:
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Painel do Volkswagen Passat
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Freios a disco do Ford Corcel
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Farol de caminhão Mercedes-Benz
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Réplica de tanque de Harley-Davidson
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Peso superior a 300 kg
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E, pasme, marcha a ré, uma raridade em motocicletas, mas extremamente útil para manobrar um veículo tão pesado.
Uma Moto que Chamava a Atenção por Onde Passava

Se você pilotasse uma Amazonas, dificilmente passaria despercebido. O porte avantajado, o barulho do motor de Fusca e o estilo inspirado nas custom americanas chamavam atenção em qualquer semáforo. Era um verdadeiro símbolo de status, principalmente entre os motociclistas apaixonados por liberdade e robustez.
Por isso, não é de se espantar que até mesmo forças de segurança se interessaram pela moto. Ao longo de sua produção, entre 1978 e 1988, cerca de 450 台 foram fabricadas. Desse total, 100 foram adquiridas pela Polícia Militar de São Paulo e pela Polícia Rodoviária Federal.
Essas motos eram utilizadas principalmente para patrulhamento em rodovias それは eventos cerimoniais, e foram muito valorizadas por sua 圧倒的な存在感 それは torque de sobra. A Amazonas chegou a ser até exportada para os Estados Unidos, onde motocicletas customizadas sempre tiveram grande mercado.
A Segunda Vida: Kahena ST1600
Com o fim da produção da Amazonas original em 1988, parecia que aquele capítulo da indústria nacional havia sido encerrado. Mas não por muito tempo.
で 1990, a moto voltou à cena, agora com um nome diferente: Kahena ST1600. A ideia era refinar o projeto original, corrigir alguns erros e torná-la mais competitiva. A Kahena trouxe algumas melhorias técnicas, mas manteve o mesmo espírito da Amazonas — motor de Fusca, visual marcante e peso elevado.
Infelizmente, você deve se lembrar do que aconteceu nos anos 90: o mercado brasileiro foi reaberto para as importações. E, com isso, vieram motos japonesas como Honda Shadow, Yamaha Virago e outras customs modernas, leves e tecnológicas. A Kahena, por mais carismática que fosse, não conseguiu competir. E assim, em 1992, a produção foi definitivamente encerrada.
A Última Tentativa: Amazonas 250 Chinesa
O tempo passou, o Brasil evoluiu, as motocicletas importadas dominaram o mercado. Mas em 2008, já com outra administração à frente da AME, surgiu uma nova tentativa de reviver a lendária marca Amazonas.
Dessa vez, a proposta era bem mais modesta: lançar uma custom de 250 cm³, fabricada na 中国, mas vendida no Brasil sob o nome アマゾン. A ideia era aproveitar o apelo nostálgico da marca, agora focando num público que buscava motos de entrada.
No entanto, como você pode imaginar, a mágica da original não se repetiu. A nova Amazonas era uma moto simples, sem as características únicas da sua antecessora. E num mercado cada vez mais competitivo, ela não sobreviveu por muito tempo。で 2010, as vendas foram encerradas, e a marca voltou a entrar em hibernação.
Por que a Amazonas é Tão Importante na História Automotiva Brasileira

Você pode estar se perguntando: “Se foi um projeto com produção limitada, por que essa moto é tão lembrada hoje?”. A resposta está no símbolo de resistência e criatividade que ela representa.
A Amazonas foi, acima de tudo, uma resposta genuinamente brasileira à escassez. Um projeto feito na marra, com talento e paixão, que conseguiu competir com gigantes internacionais em plena época de restrições. Ela provou que, mesmo com poucos recursos, era possível inovar, ousar e realizar.
Além disso, a Amazonas carrega consigo a alma de uma geração que não se conformava com o que lhe era imposto. Ela representa o brasileiro que adapta, que solda, que transforma, que sonha.
Você Pilotaria uma Amazonas Hoje?

Pense comigo: você toparia pilotar uma moto de mais de 300 kg、エンジン付き 車, freios e painel de modelos antigos, e ainda com marcha a ré? Parece loucura, mas também é exatamente esse tipo de desafio que move os apaixonados por máquinas diferentes.
Hoje, quem tem uma Amazonas original tem um verdadeiro 車輪の上の宝物. Algumas dessas motos ainda circulam por encontros de veículos antigos, sempre despertando olhares curiosos e perguntas como: “É de verdade essa moto com motor de Fusca?”
E é claro que é.
Conclusão: Uma Lenda Sobre Rodas

あ アマゾン não foi apenas uma motocicleta. Ela foi uma declaração de independência automotiva, uma resposta criativa a um momento de escassez e um exemplo de como o talento brasileiro pode transformar limites em oportunidades.
Se você é apaixonado por veículos fora de série, por histórias de superação e por máquinas que fogem do lugar comum, então conhecer a trajetória da Amazonas é essencial. Ela pode não ter sido perfeita, mas foi autêntica, audaciosa e, acima de tudo, brasileira até o último parafuso.
Agora, da próxima vez que você ouvir o ronco de um motor de Fusca, talvez pense: “Será que isso aí é um carro… ou uma moto lendária da nossa história?”