Volkswagen Parati: A Evolução de um Ícone da Família Brasileira

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Sabe aqueles carros que ficam na memória, como ícones de uma geração? A Volkswagen Parati foi, sem dúvida, um desses modelos. Ela fez parte da vida de muitas famílias brasileiras durante 31 anos e, por isso, sua história é cheia de momentos marcantes. Lançada em junho de 1982, a Parati se tornou um verdadeiro fenômeno no mercado automobilístico nacional. Seu apelo visual moderno, aliado à praticidade, fez com que ela se tornasse um dos carros mais queridos de sua época. A station wagon da Volkswagen se destacou por sua longevidade, mas, como tudo na vida, o tempo acabou por dar um ponto final a sua trajetória.

O Surgimento da Parati: 1982 – 1983

Imagem: Divulgação

Em junho de 1982, a Volkswagen apresentou ao Brasil a Parati, desenvolvida sobre a plataforma do Volkswagen Voyage. O modelo mantinha a mesma dianteira do Voyage, e foi uma opção mais prática e espaçosa, ideal para as famílias brasileiras. A Parati substituía a Variant II, que não fez sucesso e deixava um vazio no mercado de station wagons no Brasil. O modelo estava pronto para se destacar no segmento, que já era disputado por modelos como a Ford Belina II, Fiat Panorama Es Chevrolet Marajo.

Logo de início, a Parati provou sua competência. Com 530 litros de capacidade no porta-malas, a estação tinha um dos maiores compartimentos de carga da época, que aumentava para 1.110 litros com os bancos traseiros rebatidos, o que a tornava muito mais prática do que muitos concorrentes.

O motor 1.5 do Passat era refrigerado a água e entregava 65 cv de potência, con 11,5 kgfm de torque. Essa motorização, apesar de modesta para os padrões de hoje, fazia a Parati atingir 148 km/h de velocidade máxima. O design da Parati, com um amplo vidro traseiro, foi outro atrativo, oferecendo uma visão panorâmica na parte de trás, algo raro para carros dessa categoria na época.

Evolução e Melhoria: 1983 – 1990

Imagem: Divulgação

Nos primeiros anos de vida, a Parati passou por diversas melhorias, principalmente em sua motorização e design. Em 1983, o modelo ganhou o motor 1.6 MD270, que oferecia 81 cv de potência Es 12,8 kgfm de torque, associado ao câmbio 3+E, com uma “sobremarcha” que ajudava a reduzir o consumo de combustível. Esse motor foi um grande salto para o modelo, tornando-o mais econômico e com desempenho melhorado.

Em 1986, a Parati passou a contar com o câmbio manual de 5 engranajes, substituindo o anterior de 4. Isso melhorava a dirigibilidade e o consumo de combustível. No ano seguinte, em 1987, a Parati ganhou um face-lift importante, com uma nova dianteira, faróis mais modernos, para-choques de plástico e novos retrovisores. Já em 1988, o painel também foi alterado, ganhando versões mais sofisticadas nas versões GLS, que incluíam bancos Recaro e volante “quatro bolas”, além de faróis de neblina e rodas de alumínio.

Nos anos seguintes, a Parati seguiu evoluindo. Em 1991, ela recebeu mais um face-lift, desta vez ganhando novos faróis e uma dianteira mais moderna. Em 1993, o motor 1.8 do Gol GTS foi introduzido, aumentando a potência da Parati para 99 cv Es 15,3 kgfm de torque. Esse motor conferiu ao modelo uma performance bem mais interessante.

A Geração “Bolinha” e a Revolução no Design: 1995 – 2000

Imagem: Divulgação

Em 1995, El volkswagen lançou a Parati “Bolinha”, uma reinterpretação moderna do modelo. Essa versão foi apelidada de “Bolinha” devido ao seu design mais arredondado, inspirado nas novas tendências dos anos 90. Essa geração trouxe o motor 2.0 8v del Gol GTi, que oferecia 109 cv de potência e mais torque. Mas a grande novidade ficou por conta do motor 2.0 16v, que foi o primeiro motor de 16 válvulas presente na Parati e no Meta. Con 145 cv de potência e 18,4 kgfm de torque, esse motor foi um marco na história do modelo, representando uma grande evolução técnica.

Em 1997, o motor 1.0 16v foi introduzido, trazendo 69 cv de potência, o que, para a época, era considerado bastante eficiente, embora não tão esportivo quanto as versões GTi. Em 1998, a versão com motor 2.0 já era oferecida com a nova tecnologia Flex, permitindo ao consumidor abastecer com etanol ou gasolina, o que proporcionava uma melhor autonomia e menor impacto ambiental.

A Parati no Novo Milênio: 2000 – 2007

Nos anos 2000, a Parati passou por uma série de atualizações. Em 2000, a Volkswagen lançou o motor 1.0 16v Turbo, que produzia 112 cv de potência Es 15,8 kgfm de torque. Esse motor foi uma verdadeira revolução, pois representava a potência de um motor de maior cilindrada em um bloco mais compacto e eficiente. Essa versão turbo permitiu que a Parati atingisse 191 km/h, comparável a carros com motores maiores, mas infelizmente, o motor turbo ficou marcado por alguns problemas de durabilidade devido ao uso inadequado de óleo, o que prejudicou a reputação do modelo.

Em 2002, a Volkswagen deu mais um passo, modernizando ainda mais a Parati com o lançamento do visual “G3”, que trouxe linhas mais retas e faróis mais sofisticados. O modelo passou a ser oferecido nas versões City, Crossover, Sportline Es Comfortline, com motores variando de 1.0 16v Turbo El 2.0 16v. A versão Crossover tinha uma suspensão mais elevada, destinada a rivais como a Fiat Palio Weekend Adventure.

Em 2003, a Volkswagen introduziu a versão Track & Field, um modelo especial com motor flexível, suspensão elevada e diversos itens esportivos. O modelo se destacou por sua proposta de um carro urbano, mas com um visual mais robusto e aventureiro, ideal para quem gostava de um estilo mais “off-road”.

O Declínio e o Fim da Produção: 2008 – 2013

Imagem: Divulgação

À medida que os anos passaram e os SUV começaram a ganhar popularidade, a Parati perdeu o brilho que a tornara tão popular. Em 2005, Oh Gol G4 foi lançado, trazendo mudanças que marcaram o fim da linha Objetivo G3 e um novo ciclo para a Volkswagen. A Parati passou a ter versões simplificadas, com motorização 1.6 8v Es 1.8 8v, além da versão TriFlex, que tinha um sistema a gás, mas não fez sucesso no mercado.

Em 2007, a versão Surf da Parati foi lançada, com um visual mais descolado e esportivo, mas a mudança não foi suficiente para evitar o declínio do modelo. Com o crescente interesse dos consumidores por SUV, a Volkswagen começou a deixar de lado a ideia de uma nova geração para a Parati. O modelo foi se tornando cada vez mais desatualizado e sem grandes atrativos no mercado.

Em 2013, a Volkswagen anunciou oficialmente o fim da produção da Parati, dando lugar a novos modelos, como a SpaceFox, que não teve o mesmo impacto no mercado. A Parati, com seu icônico slogan de “A station mais jovem do país”, havia cumprido seu papel e se despedido da cena automobilística nacional.

A Saudade da Parati e a Esperança de um Retorno

Apesar de sua aposentadoria, a Volkswagen Parati continua sendo lembrada com carinho por muitos brasileiros. Sua história representa mais do que apenas a trajetória de um carro; ela simboliza a evolução do mercado automobilístico no Brasil. Embora a Parati tenha sido deixada de lado pela Volkswagen, sua presença marcante na memória dos brasileiros é inegável.

Assim como aconteceu com o Voyage, que um dia se foi e, mais tarde, retornou ao mercado, existe uma esperança de que, um dia, a Parati também possa voltar às ruas. Afinal, os carros que fazem história nunca desaparecem completamente. Quem sabe um dia a “station mais jovem do Brasil” ganhe um novo capítulo em sua longa e honrada trajetória.

Imagem: Divulgação
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