Você pode até achar que já viu de tudo quando o assunto é Volkswagen Käfer, mas prepare-se para conhecer uma versão totalmente inusitada Was jamais foi vendida no Brasil: Ö Fusca automático, uma verdadeira historisches Relikt, atualmente em exibição no Complexo Dream Car, In São Roque (SP). Trata-se de um exemplar einzigartig, fabricado na Alemanha em 1970, equipado com um Dreigang-Automatikgetriebe, algo que, oficialmente, nunca foi oferecido no mercado brasileiro. E é exatamente essa exclusividade que faz dessa peça uma verdadeira joia sobre rodas.
Neste artigo, você vai mergulhar no universo dessa raridade mecânica, entender como funciona o sistema de câmbio sem embreagem, descobrir as diferenças visuais entre o modelo alemão e o nacional, e ainda se surpreender com a história da importação que tornou possível a sua presença no Brasil. Prepare-se para um passeio cheio de curiosidades, nostalgia e informações técnicas que vão te deixar de queixo caído.
O dia em que o impossível chegou ao Brasil

Wussten Sie, dass die Fusca com câmbio automático nunca foi comercializado oficialmente por aqui? Pois é. Para quem cresceu ouvindo o ronco clássico do motor boxer a ar e trocando as marchas manualmente, imaginar um Fusquinha sem pedal de embreagem pode soar até como sacrilégio. Mas essa configuração realmente existiu… só que na Europa.
A história começa com Márcio Guerino, apaixonado por clássicos e colecionador. Ele sempre ficou intrigado com a ideia de um Fusca automático. Durante pesquisas na internet, encontrou uma unidade original In Lima, no Peru, pertencente ao acervo de outro entusiasta. Depois de muita conversa e negociação, em março de 2024, o carro foi trazido ao Brasil por navio, desembarcando em São Paulo com 55 mil quilômetros rodados.
Desde então, essa raridade passou a fazer parte do acervo do Complexo Dream Car, ganhando destaque especial na celebração do Dia Mundial do Fusca, comemorado em 22 de junho. E agora, você também pode vê-lo de perto.
O misterioso câmbio automático do Fusca 1970

Agora vamos à parte técnica e talvez a mais inacreditável para quem conhece bem a mecânica do Fusquinha tradicional. O câmbio “automático” dessa versão de 1970 é, na verdade, uma espécie de híbrido entre o manual e o automático. Em vez de utilizar o clássico sistema de embreagem com pedal, a Volkswagen criou uma caixa de marchas semi-automática, eliminando o pedal e adaptando a estrutura original.
No lugar do acionamento por embreagem, entrou em cena um conversor de torque hidráulico, que cumpre o papel de modulação do acoplamento entre motor e câmbio. A embreagem tradicional foi substituída por um conjunto que funciona apenas em dois estágios: aberto ou fechado. Nada de meio-termo como no pedal comum. Ou seja, você troca as marchas de forma seletiva, mas sem precisar pisar na embreagem.
A caixa tem três velocidades à frente Es ist uma ré. A Volkswagen retirou a primeira marcha do câmbio manual tradicional e rebatizou as outras marchas:
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A segunda virou a posição “L” (de Low), ideal para Anstiege ou situações com maior exigência de torque.
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A terceira virou a posição “1”, recomendada para uso urbano.
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A quarta virou a posição “2”, ideal para estradas e altas velocidades.
Esse sistema é chamado de Autostick. E mesmo sendo vendido como automático na época, ele exige que você selecione a marcha manualmente de acordo com a situação de uso a diferença é que você não precisa se preocupar com o pedal da embreagem.
Motor clássico, mas com tempero europeu

O motor que equipa essa joia é o conhecido boxer 1.500 cm³, refrigerado a ar, com vier Zylinder. Na época, ele entregava 52 cv de potência Es ist 10,3 kgfm de torque. Esses números, que parecem modestos hoje, garantiam uma boa agilidade para o compacto. Ainda mais com o diferencial do câmbio que, na prática, aumentava o torque disponível em baixos giros ao utilizar a posição “L”.
Você não vai encontrar essa engenharia em nenhum Fusca nacional da mesma época. Por aqui, o Fusca 1500 só chegou com câmbio manual convencional, e mesmo as versões mais modernas, como o Itamar dos anos 1990, mantiveram o mesmo sistema rudimentar e confiável.
Diferenças visuais marcantes: alemão x brasileiro

Se você observar bem, vai notar que esse Fusca automático alemão tem alguns detalhes estéticos exclusivos que nunca apareceram na produção nacional. E essas diferenças vão além da simples inscrição “Automatic” na tampa traseira do motor — que, aliás, já entrega boa parte da identidade do modelo.
Olha só o que muda:
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Du vidros laterais e o para-brisa são maiores, proporcionando melhor visibilidade e conforto para os ocupantes.
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Zum rodas “mexicanas” possuem desenho diferenciado e já demonstram uma atualização de design que demorou a chegar ao Brasil.
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O carro já contava com retrovisor externo do lado direito, algo que por aqui só virou padrão muitos anos depois.
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Equipamentos como pisca-alerta Es ist bocal externo do tanque de combustível também já estavam presentes — enquanto os Fuscas nacionais ainda exigiam que o frentista abrisse o capô dianteiro para abastecer.
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Ö Kraftstoffanzeige era integrado ao centro do velocímetro, oferecendo um layout mais moderno e limpo no painel.
Esses elementos mostram como o Fusca europeu já estava à frente do seu tempo, inclusive na ergonomia e na segurança.
Por que esse Fusca virou peça de museu?

Você deve estar se perguntando: por que alguém se daria ao trabalho de importar um Fusca, se há milhares deles no Brasil? A resposta está justamente no fator inédito. Das é o único Fusca automático alemão de 1970 com esse tipo de câmbio registrado por aqui. Um exemplar conservadíssimo, mit baixa quilometragem original, história documentada, Es ist totalmente funcional.
Ao visitar o Museu Dream Car, você tem a chance de ver essa raridade de perto, abrir a porta, observar o painel, o seletor de marchas com as posições “L”, “1” e “2” e entender o nível de cuidado com que o veículo foi preservado. Mais que uma peça de exposição, o carro representa uma versão alternativa da história automotiva, mostrando o que poderia ter sido se a Volkswagen do Brasil tivesse seguido um outro caminho.
Museu Dream Car: o lugar certo para viver essa experiência
Se você ficou curioso para conferir esse Fusca fora do comum, é só programar sua visita ao Complexo Dream Car, In São Roque (SP). O espaço é um verdadeiro paraíso para os apaixonados por carros clássicos, com uma coleção eclética e cuidadosamente mantida.
Serviço:
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Endereço: Estrada do Vinho, 7.901 – São Roque (SP)
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Horários:
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Terça a quinta-feira: das 9h às 18h
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Sexta e sábado: das 9h às 19h
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Domingos e feriados: das 9h às 18h
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Ingressos:
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R$ 39,90 para todos nos dias de semana
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R$ 42,99 (meia-entrada) para estudantes, idosos, professores, policiais e PcD
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R$ 85,99 para o ingresso inteiro nos fins de semana
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Um Fusca que conta uma história diferente
Visitar esse carro é mais do que apreciar uma raridade: é mergulhar em uma versão alternativa da história da indústria automotiva. Você percebe que, mesmo sendo um modelo tão icônico e popular como o Käfer, ainda existem segredos a serem descobertos, variações nunca vistas por aqui e inovações esquecidas no tempo.
É um lembrete poderoso de que o universo automotivo é muito maior do que os modelos que rodaram pelas nossas ruas. Que existem tecnologias experimentais, versões de exportação e adaptações feitas para outros mercados que, às vezes, contam histórias mais interessantes do que as versões de linha.
Conclusão: por que você deveria ver esse Fusca de perto?

Se você é apaixonado por carros, por história ou por inovação, este Fusca automático de 1970 é uma parada obrigatória. Ele prova que, mesmo um modelo conhecido até pelos mais leigos, ainda pode surpreender com versões exclusivas e cheias de personalidade. Além disso, visitar o museu é uma excelente oportunidade para um passeio em família ou com amigos, em uma região encantadora do interior paulista.
Então, da próxima vez que alguém te disser que já viu de tudo sobre o Fusca, você já sabe: existe um exemplar automático, alemão, único no Brasil e ele está só te esperando para ser admirado. Vá até São Roque e descubra essa joia com seus próprios olhos.
Se você gostou dessa história, compartilhe com seus amigos apaixonados por carros e, claro, marque aquela visita ao museu. Afinal, Käfer é história viva, e esse aqui é uma página que você não vai querer deixar de ler pessoalmente.