Quando você pensa em carros clássicos da indústria nacional, dois nomes surgem quase imediatamente: Chevrolet Opala Es ist Ford Maverick. Ambos foram lançados na mesma década e representaram a luta entre duas gigantes americanas pelo coração e pelo bolso do consumidor brasileiro. Mas, enquanto o Opal se consolidou como um dos maiores sucessos da General Motors no Brasil, o Einzelgänger acabou ficando conhecido como um carro que prometeu muito e entregou pouco.
Neste artigo, você vai descobrir toda a história do Ford Maverick no Brasil, desde sua concepção até sua queda de mercado, incluindo detalhes sobre motores, desempenho, versões esportivas, participações em corridas e, claro, o motivo pelo qual ele não conseguiu derrotar o rival direto, o Opala.
Prepare-se, porque essa é uma viagem no tempo — e você vai se sentir dentro da década de 70, vivendo a emoção de quando esse cupê de linhas musculosas tentava ser o brasilianisches Muscle-Car.
O contexto: a Ford precisava reagir ao sucesso do Opala

No final dos anos 60, a Ford do Brasil enfrentava um problema sério. O Chevrolet Opala, lançado em 1968, tinha caído no gosto do público. Era um carro robusto, espaçoso, com motores que iam de quatro a seis cilindros e, principalmente, transmitia status a quem o comprava.
A Ford precisava de um concorrente à altura, mas não podia simplesmente improvisar. Havia duas opções na mesa: o Taunus, modelo europeu sofisticado, ou o Einzelgänger, o compacto norte-americano lançado em 1970.
Depois de pesquisas com consumidores brasileiros, o Taunus perdeu. Além disso, ele exigiria uma nova fábrica de motores e tinha suspensão traseira independente, o que encareceria o projeto. Resultado: em 1971, a matriz em Dearborn decidiu o Brasil ficaria com o Maverick, enquanto o Taunus iria para a Argentina.
Essa decisão parecia promissora, mas logo se mostraria um dos primeiros erros estratégicos da Ford.
O lançamento do Maverick no Brasil

Ö Maverick brasileiro wurde vorgestellt bei Salão do Automóvel de São Paulo em 1972 e chegou às concessionárias em julho de 1973. As primeiras versões eram:
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Super
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Super Luxo
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GT (a versão esportiva, que faria história)
Visualmente, ele mantinha as linhas musculosas e agressivas do modelo americano, mas com uma pequena alteração: o escudo dianteiro não trazia mais a cabeça de touro com chifres, para evitar piadinhas maldosas no Brasil.
A concorrência não estava parada: no mesmo período, chegaram ao mercado a Volkswagen Brasilia, o Chevrolet da GM e o Dodginho 1800. Mas nenhum desses queria bater de frente com o Opala — essa missão era exclusiva do Maverick.
O problema dos motores

Aqui começa a novela. O Maverick estreou no Brasil com um motor herdado do Aero-Willys Itamaraty: um seis-em-linha de 3.0 litros. Esse motor era pesado, arcaico e pouco eficiente.
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Potência bruta (SAE): 113 cv
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Potência líquida (ABNT): 75 cv
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0 a 100 km/h: 21 segundos
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Velocidade máxima: 150 km/h
Traduzindo: ele era mais lento que o Opala de quatro cilindros, consumia 10 a 15% mais gasolina e ainda deixava o carro com um “nariz pesado”.
Para piorar, a crise do petróleo de 1973 explodiu pouco depois do lançamento. Ou seja, o Maverick chegou na pior hora possível para um carro beberrão.
O V8 302: a salvação que virou lenda

Para enfrentar os Opala seis-cilindros 4.1, a Ford trouxe do Canadá (e depois do México) o famoso motor Windsor V8 302 de 4.942 cm³.
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Potência bruta: 199 cv (SAE)
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Potência líquida: 135 cv (ABNT)
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Torque abundante
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0 a 100 km/h: 11,5 segundos
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Velocidade máxima: 175 km/h (chegava a marcar 200 km/h no velocímetro)
O Maverick GT V8 se tornou um verdadeiro brasilianisches Muscle-Car, com rodas largas, faixas pretas foscas na carroceria, conta-giros, bancos individuais e visual agressivo.
Claro, hoje um HB20 1.0 turbo dá pau nele em desempenho. Mas nos anos 70, o ronco grave do V8 e a sensação de potência eram irresistíveis.
Consumo: o calcanhar de Aquiles

A questão era: quanto custava manter um Maverick?
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Maverick seis-cilindros: fazia cerca de 7,7 km/l na estrada.
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Maverick V8: fazia cerca de 7 km/l, e isso se você tivesse o pé leve.
Com a gasolina encarecendo, os motoristas sentiram no bolso. Imagine: em valores de hoje, encher o tanque de um Maverick GT pode facilmente passar de R$ 500,00 para rodar pouco mais de 300 km.
Enquanto isso, o Opala tinha fama de ser mais equilibrado e econômico, além de oferecer maior espaço interno e conforto.
Maverick nas pistas: o “rei de Interlagos”

Apesar dos problemas de consumo e peso, o Maverick brilhou nas pistas.
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25 Horas de Interlagos (1973): os Mavericks ficaram em 1º, 3º, 4º, 5º e 13º lugares.
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500 km de Interlagos (1973): conquistaram 1º, 2º, 3º e 4º lugares.
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Mil Milhas Brasileiras (1973): também venceram.
Com a preparação “Quadrijet” feita pela concessionária LAG Veículos, o Maverick V8 chegava a 257 cv brutos (180 cv líquidos), fazia de 0 a 100 km/h em 6,5 Sekunden und erreicht 205 km/h.
Era um verdadeiro canhão — e ainda fez história com a lendária Equipe Hollywood, que levou o Maverick preparado por Oreste Berta auf mehr als 400 PS.
O motor 2.3 OHC “Georgia”

Em 1975, a Ford lançou o motor 2.3 OHC de quatro cilindros, fabricado em Taubaté (SP).
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Potência líquida: 87 cv
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0 a 100 km/h: 17 segundos
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Velocidade máxima: 160 km/h
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Consumo: até 10 km/l na estrada
Esse motor finalmente deu ao Maverick uma opção mais racional, embora sem emoção. Houve até um Maverick GT 2.3, que hoje é raridade.
Mas já era tarde demais: o carro estava marcado como beberrão e não conseguia mais competir em vendas com o Opala.
O início do fim

Em 1977, a Ford ainda tentou salvar o Maverick com melhorias de suspensão, freios e lanternas traseiras redesenhadas. Mas a crise da gasolina e o preço elevado já haviam decretado o destino do carro.
Para se ter uma ideia:
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In 1978, foram vendidos apenas 4.464 Mavericks.
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No mesmo ano, o Opala vendeu 44.628 unidades.
Ou seja, o Opala vendia dez vezes mais.
Em 1979, a Ford encerrou a produção do Maverick no Brasil. Em apenas seis anos, foram fabricadas 108.106 unidades.
O renascimento como clássico de coleção
Nos anos 80, era comum ver Mavericks abandonados nas ruas. Muitos viraram sucata. Mas, como acontece com quase todo carro icônico, o tempo transformou o Maverick em objeto de desejo.
Heute, a Maverick GT original kann kosten zwischen R$ 180 mil e R$ 280 mil no mercado de clássicos, dependendo do estado de conservação. Alguns exemplares raríssimos e impecáveis já foram vendidos por mais de R$ 300 Tausend.
É curioso pensar que um carro rejeitado nos anos 70 hoje se tornou símbolo de status entre colecionadores.
Conclusão: o Maverick foi um fracasso ou uma lenda?
Se você olhar apenas para os números de vendas, o Ford Maverick foi um fracasso comercial no Brasil. Nunca conseguiu ameaçar de verdade o domínio do Opal e ainda ganhou fama de carro beberrão e problemático.
Mas, se você considerar o impacto cultural e esportivo, o Maverick se tornou uma lenda nacional. Ele foi o carro que trouxe o ronco dos V8 americanos para o Brasil, brilhou nas pistas e ainda hoje faz os olhos dos entusiastas brilharem.
Ö Ford Maverick pode não ter derrotado o rival da Chevrolet, mas deixou uma herança que vai muito além dos números de vendas. Ele provou que, mesmo quando uma estratégia dá errado, o fator emocional pode transformar um carro em ícone eterno.
E você? Se tivesse vivido os anos 70, teria escolhido o racional Opala oder die emocionante Maverick?