Quando você pensa em coleções automotivas lendárias, provavelmente imagina nomes como Ralph Lauren, Jay Leno ou até mesmo a própria família real árabe. Mas poucas histórias no mundo dos supercarros conseguem causar tanto impacto quanto a notícia de que toda a coleção de 20 carros McLaren de Mansour Ojjeh foi vendida a um único comprador anônimo.
Essa transação não é apenas sobre números astronômicos, carros exclusivos ou cifras milionárias. Ela é, antes de tudo, sobre legado, paixão e respeito pela história da McLaren, uma das marcas mais icônicas do automobilismo e dos superesportivos.
E agora, você vai mergulhar comigo nesse universo, entendendo quem foi Mansour Ojjeh, por que sua coleção era considerada quase mítica e como essa venda redefine o significado de exclusividade no mercado automotivo.
Quem foi Mansour Ojjeh?

Para você compreender a importância dessa coleção, precisa antes conhecer a trajetória de Mansour Ojjeh, o homem por trás dela.
Filho do empresário saudita Akram Ojjeh, fundador da TAG Group, Mansour herdou não só a fortuna, mas também o olhar visionário para negócios e a paixão pelo automobilismo. Sua vida mudou radicalmente em 1978, quando assistiu ao Grande Prêmio de Mônaco a convite da família real saudita.
Ali nasceu uma chama que nunca se apagaria: a obsessão pelo mundo das corridas e pela ideia de transformar engenharia de ponta em arte sobre rodas.
Mansour foi responsável por financiar os lendários motores TAG-Porsche, que levaram a McLaren a múltiplos títulos na Fórmula 1 durante os anos 1980. Mas seu impacto não parou por aí. Ele também foi peça-chave na criação da McLaren Automotive, ajudando a levar a marca para além das pistas e transformando-a em referência no mercado de hipercarros.
Ou seja, quando você olha para cada carro dessa coleção, não enxerga apenas uma máquina: você vê a história de um homem que moldou o futuro da McLaren.
A Joia da Coroa: McLaren F1 Laranja Mansour

No coração da coleção está o último McLaren F1 já construído. E não é um F1 qualquer: ele é finalizado em uma tonalidade única, batizada de Laranja Mansour.
Originalmente chamada de “Yquem”, essa cor foi renomeada em homenagem ao próprio Ojjeh, tamanho era o vínculo emocional entre ele e o carro.
O McLaren F1 é, por si só, uma obra de engenharia atemporal. Com seu motor V12 de 618 cavalos de potência, acelera de 0 a 97 km/h em apenas 3,2 segundos. Sua posição de dirigir central, o uso extensivo de fibra de carbono e sua filosofia de não aceitar concessões o transformaram em um dos maiores supercarros da história.
E você sabe o que torna esse exemplar ainda mais especial? Ele é o último F1 produzido, o encerramento de uma linhagem que revolucionou a indústria automotiva.
Uma Linha de Supercarros Inigualável
Você pode até achar que o McLaren F1 já seria suficiente para transformar qualquer coleção em algo lendário. Mas Mansour Ojjeh não se contentava com pouco. Ele reuniu praticamente todos os grandes nomes da McLaren moderna.
Entre eles:
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McLaren P1 GTR – uma versão exclusiva para pista do já insano P1.
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McLaren Speedtail – o sucessor espiritual do F1, capaz de ultrapassar os 400 km/h.
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McLaren Sabre – uma raridade feita sob medida, com apenas 15 unidades produzidas.
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McLaren Elva – um roadster ultraleve, que resgata a essência dos protótipos de corrida dos anos 1960.
Essa seleção parece mais uma lista dos supercarros mais desejados do planeta do que uma simples coleção particular.
O McLaren F1 Prata Magnésio: Um Tesouro Sobre Rodas

Entre as raridades mais comentadas está o McLaren F1 Prata Magnésio, um dos apenas sete oficialmente importados para os Estados Unidos.
Esse carro foi entregue originalmente em 1997 para ninguém menos que Larry Ellison, fundador da Oracle. Durante mais de uma década, ele rodou menos de 4.277 km, permanecendo praticamente como novo.
Quando entrou para a coleção de Ojjeh, recebeu algumas atualizações importantes, como:
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Tanques de combustível de alumínio;
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Novo sistema de ar-condicionado;
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Escapamento esportivo;
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Pneus novos.
Os especialistas estimam que esse carro, sozinho, possa ultrapassar os US$ 23 milhões em um leilão. Imagine você ter um único veículo em sua garagem que vale mais do que o orçamento de um time inteiro da Fórmula 1.
A Decisão de Vender a Coleção
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Você deve estar se perguntando: por que a família Ojjeh decidiu vender essa coleção única?
Após a morte de Mansour em junho de 2021, a frota foi preservada praticamente intacta, sob os cuidados diretos da própria McLaren. Por quatro anos, nada foi alterado.
Mas em junho de 2025, a decisão foi tomada: colocar a coleção à venda, confiando a transação ao renomado Tom Hartley Jr., especialista em supercarros de luxo e coleções exclusivas.
A condição imposta foi clara: os carros deveriam ser vendidos juntos, como uma coleção coesa, preservando o legado de Mansour.
O Comprador Misterioso

O detalhe que mais chama a atenção é que toda a coleção foi adquirida por um único comprador anônimo.
Nem o preço total foi divulgado, mas relatos sugerem cifras na casa das dezenas de milhões de dólares. A decisão de manter a coleção intacta foi considerada uma forma de respeito ao legado de Ojjeh, algo que Hartley fez questão de enfatizar:
“Esta não é apenas uma venda – é a transferência importante e respeitosa de um legado. A coleção Mansour Ojjeh representa o melhor que a McLaren representa: inovação, individualidade, qualidade e excelência.”
Você consegue imaginar o privilégio de ser essa pessoa? Não é apenas sobre dinheiro, mas sobre possuir um pedaço da história da McLaren que dificilmente será replicado.
O Encontro com Ron Dennis e Gordon Murray
Uma das histórias mais fascinantes envolvendo Mansour Ojjeh é a origem do projeto que deu vida ao McLaren F1.
Em 1988, após o Grande Prêmio da Itália, um atraso de voo colocou Ojjeh lado a lado com Ron Dennis (chefe da McLaren) e Gordon Murray (o gênio do design automotivo).
Durante essa espera, eles começaram a discutir a ideia de criar o carro de rua mais avançado já concebido.
Desse encontro nasceu o projeto do F1, um carro que não fazia concessões: posição central de dirigir, materiais nobres, motor V12 da BMW e uma engenharia que até hoje continua inspirando fabricantes.
Sem esse momento casual, talvez o McLaren F1 nunca tivesse existido.
A Repercussão da Venda
No mundo automotivo, a venda dessa coleção foi comparada a outras transações históricas, como a venda da coleção de 69 carros de Fórmula 1 de Bernie Ecclestone, avaliada em £500 milhões (cerca de US$ 675 milhões).
Embora o valor exato da venda da coleção de Ojjeh permaneça em segredo, especialistas concordam que ela está entre as mais significativas do século.
E para você, entusiasta, isso significa que nunca mais verá todos esses carros reunidos em um só lugar – a não ser que, um dia, o comprador misterioso decida exibi-los ao público.
O Legado de Mansour Ojjeh

Mais do que carros raros, a coleção de Mansour é um reflexo de sua visão de mundo. Ele acreditava que a McLaren deveria sempre representar inovação, excelência e ousadia.
Sua contribuição vai além do automobilismo. Mansour mostrou como paixão e investimento podem transformar uma marca e criar algo que resiste ao tempo.
Ao olhar para essa história, você percebe que não se trata apenas de carros milionários, mas de uma jornada de vida dedicada a acelerar o impossível.
Conclusão: O Que Essa História Significa Para Você

Ao acompanhar essa venda, você percebe que colecionar carros não é apenas sobre riqueza. É sobre visão, respeito e legado.
O comprador misterioso que levou para casa os 20 McLarens de Mansour Ojjeh não apenas adquiriu máquinas incríveis, mas assumiu também a responsabilidade de preservar uma parte essencial da história automotiva.
E você, que sonha em dirigir, colecionar ou simplesmente admirar supercarros, deve olhar para esse episódio como inspiração. Porque, no fim das contas, o verdadeiro valor não está no preço dos carros, mas no que eles representam: a união entre sonho, tecnologia e paixão pelo automobilismo.